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Serrita minha cidade
Tão querida no sertão
És estrela em Pernambuco
Um pedaço deste chão
É a missa do vaqueiro
Sua maior tradição
Seu histórico tá na mão
No centro uma capelinha
O povo ali na praça
Escuta Rádio Serrinha
Pequena e acolhedora
É esta minha terrinha
Sua história não é só minha
E agora passo a contar
Miguel Torquato Bulhões
Instalou-se no lugar
Em Traíras, um Riacho
Começou a povoar
Veio lá do Ceará
Em Pernambuco entrou
Novas terras pra plantar
Aqui ele encontrou
E também muito rebanho
Por aqui também criou
E depois aqui chegou
Coronel Romão Pereira
Serrinha está se tornando
Uma terra hospitaleira
Era só um povoado
Mas seu povo é de primeira
Uma cidade altaneira
Começou com um povoado
Era apenas um distrito
De Salgueiro nesse estado
E depois com muita luta
O ideal foi conquistado
Finalmente emancipado
Ficou com o mesmo nome
Em seguida foi extinto
Por decreto lá do homem
O território é de Salgueiro
E o município some
Parece que é lobisomem
Um decreto afinal
Em junho de trinta e quatro
Pela lei estadual
Serrinha é município
Boto aqui ponto final
Era Guerra mundial
O ano é quarenta e três
De dezembro em trinta e um
Que se troca de uma vez
Serrinha agora é Serrita
Sua história assim se fez
Todo ano neste mês
De julho se comemora
A luta pela justiça
E o povo tem na memória
O crime lá ocorrido
Maculando sua história
O sertão todinho chora
Pela morte do vaqueiro
Era Raimundo Jacó
Cabra bom e companheiro
Primo de Luiz Gonzaga
Que é o maior sanfoneiro
Num sertão de Cangaceiro
Matuto também protesta
Violência e impunidade
Todo mundo aqui detesta
Nesse evento cultural
O povo também contesta
Nós lembramos nesta festa
Um dia a indignação
Perdemos o melhor vaqueiro
De toda essa região
E a justiça é tão cega
Que nem teve punição
Em julho é ocasião
Temos que comemorar
Valente é este povo
Que consegue transformar
Na cultura eles são fortes
Conseguiu canalizar
Conseguiram se expressar
Vaqueiro é notoriedade
Na caatinga fauna e flora
Em sua diversidade
Sertanejo mostra ao mundo
Sua real identidade
Com grande capacidade
Serritense dá no couro
Através do artesanato
Encontraram um tesouro
Descobriram em sua arte
Como se encontra o ouro
Hoje quem cuida do touro
Do cavalo do alazão
Teve já reconhecido
Que vaqueiro é profissão
Um sonho acalentado
Por padre vaqueiro João
É com grande emoção
Que padre Câncio agora
Tá feliz no paraíso
Junto com nossa senhora
Fala com Luiz Gonzaga
Agora a coisa melhora
Vamos gente tá na hora
Para o parque nacional
Do vaqueiro hoje brilha
Como que num festival
Esse evento é conhecido
A nível internacional
O que tem lá afinal
Tem aboio e vaquejada
Tem os pegas, tem a missa
Uma festa organizada
Esta herança para o povo
Pelo padre foi deixada
No sertão pelas quebradas
O evento acontece
Sertanejo de novenas
De missa e de quermesse
Esse evento é grandioso
Vaqueiro bem que merece
Aqui eu faço uma prece
Num cavalo estou montado
O sertão central é rico Patrimônio do Estado
O Brasil já reconhece
Pernambuco capacitado
Eu vi lá noticiado
No folder da fundação
Padre João Câncio divulga
Como é belo o sertão
Terra de gente aguerrida
Dos cabras de lampião
De lá vem a projeção
É a missa do vaqueiro
Riqueza pro sertanejo
Alegria o ano inteiro
Serritense está contente
Por que lá chove dinheiro
Quem me dera ser coiteiro
Eu iria abrigar
A cultura de Serrita
Aprendi a cavalgar
A caatinga é oficina
Logo iria me formar
Violeiro a tocar
Embolada é festança
Visite também Serrita
Entre logo nesta dança
Veja que o sertanejo
De lutar nunca se cansa
Às vezes até balança
Ao ouvir o violeiro
Fim de tarde anoitece
Com o aboio do vaqueiro
Apaga a luz deita na rede
Acabou se o candeeiro
Vem meu povo brasileiro
Visitar esse sertão
Vem brincar logo o xaxado
O forró e o baião
Embrenhar na intimidade
No mundo do artesão
Confeccionar Gibão
Venha aqui prestigiar
Os encantos dessa gente
Que transforma esse lugar
A chuva falta no solo
Mas vamos te cativar
Eu posso testemunhar
Que raízes do sertão
Joquinha e Alcimar
Não perdem a ocasião
Muitos grupos de xaxado
E os cabras de Lampião
Os amantes do sertão
Todo ano veem pra cá
Os vaqueiros reunidos
Tudo em um só lugar
Vaquejada e aboios
E os pegas não vão faltar
Pra você tem um lugar
Serrita tem muito chão
E se a terra inda for pouca
Tem lugar no coração
Pra você que admira
Os encantos do sertão
Faço agora alusão
A figura do vaqueiro
Encourados da caatinga
Valente o tempo inteiro
Com a sua indumentária
Conquistou o brasileiro
Até lá no estrangeiro
O figurino é elogiado
Vara laço e gibão
E a luva que tem usado
Guarda peito e perneira
E a botina que tem calçado
Sol a sol tem trabalhado
Cabeça chapéu de couro
Protegido dos espinhos
Correndo segura o touro
Cabra valente e ligeiro
No sertão é um tesouro
Serrita te rende os louros
Vaqueiro é qualidade
Profissão que se confere
A quem tem dignidade
Tu és marca registrada
És razão dessa cidade.