Um Jorge que nasceu em Olinda e ganhou o sobrenome de Altinho
31/08/2020 22:06 em Notícias

Nascido Jorge Assis de Assunção, no bairro de Salgadinho, da histórica e patrimônio mundial Olinda-PE o caantor e compositor Jorge de Altinho tem esse sobrenome porque passou sua infância na cidade de Altinho, onde seu pai queria ter uma vida mais tranqüila longe do agito das grandes cidades. O menino Jorge iniciou seus primeiros estudos, passando a exercer uma de suas paixões: jogar futebol. A segunda paixão era a musica. Quase diariamente sua turma da escola se reunia sob os coqueiros da escola para ouvir um seresteiro que costumava se encontrar com eles. Foi quando Jorge de Altinho resolveu sair da timidez que o dominava para cantar uma musica que fazia sucesso na época: “Menina Linda”, de Renato e seus Blue Caps. Foi o primeiro aplauso de sua vida.

Nascia involuntariamente seu envolvimento com a música de forma definitiva e irrevogável. Matriculou-se na escola de música do município, onde chegou a fazer parte da filarmônica. Esses ensinamentos e o aprimoramento das lições de músicas em muito iriam lhe ajudar futuramente em sua carreira.

Chega o início dos anos 70 e nesse clima de Jovem Guarda, criou o grupo musical “The Big Boys”, logo depois uma pequena orquestra de frevos e por fim um conjunto de chorinho, denominado de “Cavaco & Viola”.  Separado apenas por 30 quilômetros de Caruaru, considerado um dos maiores celeiros culturais do Brasil, passou a conviver  com os violeiros, aboiadores, sanfoneiros, leitores de cordel, emboladores, o que despertou seu interesse pela música regional. Em 1974, começa a compor músicas ligadas às suas raízes. Seu primeiro disco seria gravado em 1980,  com 12 músicas de sua autoria. O sucesso surgiria em 1982, quando gravou o seu segundo álbum, o antológico disco do chapéu, que, por ter sido prensado o vinil em uma fábrica e a capa em outra, o disco chegou primeiro e a repercussão foi tamanha que as pessoas levavam o disco para depois pegar a capa na loja. 

Com mais experiência, lança em 1983, o disco “Canto Livre”. Como tinha formação musical filarmônica e ouvindo a orquestra do maestro Camarão, de Caruaru, resolveu resgatar a cultura interiorana que são as filarmônicas que geralmente se apresentam nas festas das igrejas interioranas acompanhando procissões, eventos cívicos, etc. Dessa fusão, adicionou o sax, o piston, e o trombone à sanfona, triângulo e zabumba, instrumentos básicos que compõem a música nordestina. Assim, sem perder a originalidade ele foi pioneiro em introduzir os metais no forró.

Ao longo de sua carreira ganhou o respeito e a estima de muitos amigos, como o saudoso Chacrinha, que o convidou a participar de dezena de programas, resultando em vários discos de ouro e o carinho de colegas a exemplo de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alcione, Raimundo Fagner, Zé Ramalho, todos com participações especiais em seus discos.

Jorge de Altinho  reúne uma invejável bagagem musical, pois percorreu todo o Norte e Nordeste Brasileiro, cantando e encantando em clubes, exposições, festas de padroeiros, vaquejadas, aniversário de cidades, sempre com o mesmo entusiasmo do início da carreira, levando sempre uma mensagem de otimismo e um recado de amor, com a marca de seu talento muito característico e  com sua voz inconfundível.

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